Hoje pela manhã, estudantes da Universidade Federal de Pelotas voltam a ocupar a reitoria exigindo a abertura do edital que prevê a construção de uma nova Casa de Estudantes. O reitor Mauro Del Pino prometeu novamente entregar a licitação, mas os estudantes afirmaram que não sairão da reitoria enquanto a promessa não for concretizada. Moradores da casa do estudante da FURG estão indo à UFPel para apoiar a ocupação.
Esta não é a primeira vez que a reitoria é ocupada. No dia 9 de dezembro de 2013, estudantes se fizeram presentes pare barrar o apoio do atual reitor Mauro Del Pinto à implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Além disso, a construção da nova Casa de Estudantes já era uma pauta recorrente, uma vez que a atual está em condições precárias. Nessa ocupação que durou uma semana, o reitor prometeu entregar a licitação , não cumprindo o prazo. Desde então, vem adiando.
Nesta última segunda-feira (15), moradores da Casa foram à reitoria conversar com Mauro para saber se o último prazo que ele havia dado, para a primeira quinzena de setembro, seria cumprido. Ao chegarem lá, o reitor afirmou não ter prometido um prazo determinado, mas que a licitação seria entregue ainda em setembro. “Ele não nos recebeu na sala dele. Veio falar com a gente e disse que não havia estipulado prazo, no entanto, segundo ele, o edital vai sair no fim desse mês embora não tenhamos esperança que vá sair”, afirmou a estudante de Filosofia, Landa Ciccone.
O projeto da nova casa de estudante foi construído em conjunto com os moradores, mas muitos pontos foram retirados. Segundo o estudante de Artes Visuais, Mateus Gigante, “as modificações no projeto não foram construídas com os estudantes, como a diminuição de 180 vagas, a retirada de um anfiteatro e da quadra poliesportiva”.
Os problemas na atual Casa passam desde infraestrutura, doenças crônicas nos moradores até desigualdade no processo de manutenção do auxílio. A universidade exige 75% de aproveitamento para que os estudantes consigam manter o recurso estudantil. Segundo Landa, há 9 pontos do Plano Nacional de Assistência Estudantil PNAES que não são cumpridos pela UFPel, como, por exemplo, saúde, moradia, transporte, investimento na formação e inclusão digital. Os dois últimos vão além do simples fato de estudantes não receberem. E, se o rendimento acadêmico não é atingido, os estudantes perdem comida, transporte e a moradia. No entanto, não há investimento em participação de eventos para apresentação de artigos e, até mesmo, num caso simples como não ter uma impressora para entregar trabalho. “Se não respondemos academicamente, cortam alimentação, depois transporte e, por fim, a moradia”, afirma Landa.
A precariedade de conviver na atual casa de estudantes que a UFPel oferece vai além de uma infraestrutura que não suporta as necessidades dos moradores. Na atual casa não tem cozinha, espaço de convivência e o térreo – onde é feita a comida do RU para toda a universidade – está infestado de ratos. Em 2013, uma residente se dopou e tentou se suicidar. Os problemas psicológicos são reflexos da condição social que os estudantes vivem e essas situações provam que as políticas de governo para a educação precisam ser revistas, pois, se aumentou a inclusão na universidade, não se investiu em permanência.
Reitoria da UFPel ocupada, pelo viés de Maiara Marinho.
A ocupação de 2013 era para BARRAR A EBSERH (entre outras coisas) e não para reivindicar o apoio do Mauro a implementação!!!!