Em entrevista, jovem detido pela polícia durante protesto em Santa Maria conta sua versão dos fatos e detalhes do que aconteceu com ele após sua apreensão, no dia 20 de fevereiro de 2014.
O protesto do dia 20 de fevereiro continua sendo discutido em Santa Maria. A Brigada Militar já acenou com sindicância interna, processo que deve ser acompanhado pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul e pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB, inclusive, enviou ofício à Brigada solicitando participar e receber os documentos gerados pela sindicância. A mesma nota indicou ainda a ilegalidade da falta de identificação dos brigadianos, “o que contraria, inclusive, normas internacionais com as quais a República Federativa do Brasil se comprometeu”, completa a entidade.
Na esteira do ocorrido, na Câmara de Vereadores o vereador Coronel Vargas, ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), batalhão responsável pela ação do dia 20, entrou com projeto de lei que proíbe o uso de máscaras em protestos, projeto que já vem sendo apresentado e aprovado em diversas cidades do país ainda que juristas considerem a lei inconstitucional, já que fere o preceito básico da livre manifestação e da liberdade de expressão.
Do outro lado, a proximidade com o carnaval levou os movimentos sociais da cidade, integrados no Bloco de Lutas, a se manifestarem mascarados e reivindicarem a não criminalização da luta e dos movimentos sociais na cidade. É nesse contexto que a revista o Viés lança a videorreportagem “A Versão do Manifestante”, um depoimento do menor apreendido durante a manifestação de quinta-feira, dia 20 de fevereiro. O menor, que teve sua identidade preservada conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, conta o que ocorreu naquele dia por seu viés, dando detalhes dos momentos posteriores à prisão. No depoimento, o jovem ainda conta porque se manifestava naquele dia, que pretende seguir protestando ainda que com medo de represálias e da falta de cuidado de parte da mídia nas notícias sobre aquele dia.