ELEIÇÕES EM CUBA LEVAM 90% ÀS URNAS

Na sexta-feira, dia 8, o Granma, principal jornal de Cuba e órgão oficial do Partido Comunista Cubano, anunciou os resultados finais oficiais das eleições que transcorreram no país no último domingo. Com o ex presidente Fidel Castro indo às urnas, o povo cubano cumpriu mais uma etapa do amplo processo eleitoral do país, elegendo 612 deputados para a Assembleia Nacional do Poder Popular e 1269 delegados para as 15 Assembleias Provinciais (Estaduais). Em 24 de fevereiro os eleitos para a Assembleia Nacional irão definir, respectivamente, o Conselho de Estado – incluindo o presidente e o vice.

Dos 8.668.457 aptos a votar (todos os cidadãos cubanos a partir de 16 anos, com exceção de pessoas sem as capacidades mentais plenas ou em situação prisional), 7.877.906 (90%) foram às urnas – em Cuba o voto não é obrigatório. Foram poucos os votos brancos ou nulos, chegando-se a 94,17% de votos válidos para a Assembleia Nacional e 93,99% para as Provinciais.

Crianças guardam as urnas nos colégios eleitorais

As eleições aconteceram em 29.957 colégios eleitorais de todo o país. Além dos colégios, 15 dias antes da votação estavam afixadas em diversas casas estatais e de comércio as biografias e fotos de cada um dos candidatos, para que o eleitor que porventura não conhecesse algum deles pudesse informar-se e escolher. “Sem propaganda e sem promessas”, como explica Angel, presidente de um Comitê de Defesa da Revolução de Caimito, município da província de Artemisa. São os CDRs que organizam as primeiras etapas do processo eleitoral e acompanham toda a votação.

Ernesto, presidente de um Colégio Eleitoral do município de Guayabal, também em Artemisa, explica que todos os candidatos podem ser votados, e destaca a participação popular no processo de escolha dos postulantes como o grande diferencial da democracia cubana. A mesma opinião tem Mercedes, coordenadora de uma das circunscrições de Caimito: “aqui todos conhecem os candidatos, são nossos vizinhos, os encontramos todos os dias”.

Para votar, cada eleitor apresenta um documento de identidade aos componentes da mesa e recebe duas cédulas de votação – para a Assembleia Nacional e para a Provincial – onde estão os nomes de todos os candidatos. O eleitor passa então a uma sala reservada para garantir o segredo do voto, e pode optar entre escolher um candidato ou votar em mais de um deles. Sai, então, da sala reservada, e deposita as cédulas em duas urnas guardadas pelos “pioneiros”, crianças que mais se destacam nos estudos nas escolas locais. Os “pioneiros” erguem a mão e definem: “votou!”. “A participação dos pioneiros na eleição também é uma forma de fazer com que se acostumem com a participação política”, comenta Ernesto.

Escolhas desde a base

A votação em mulheres costuma ser bastante expressiva em Cuba. No pleito do último domingo 48,86% dos eleitos para a Assembleia Nacional são mulheres. Já as Assembleias Provinciais terão, a partir de agora, 50,5% de mulheres em sua composição. Letícia, moradora de Havana que aluga quartos para turistas, conta que “existiam cotas para mulheres e negros, mas agora não precisamos mais, há uma grande participação de todos, as mulheres estão até participando mais do que os homens”.

No processo eleitoral cubano as escolhas populares são feitas desde a base, desde as assembleias de bairro. É nas circunscrições, a partir dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs) que os candidatos são indicados pelos próprios vizinhos, “de acordo com o trabalho que fazem e com o histórico que têm”, como conta Ernesto. Não é necessário pertencer ao Partido para candidatar-se. Os delegados de cada circunscrição vão à votação geral para as Assembleias Municipais, o que aconteceu no final de 2012, e para as Assembleias Provinciais e Nacional, nesta em conjunto com candidatos indicados pelas organizações populares cubanas: Central dos Trabalhadores Cubanos (CTC), Forças Armadas Revolucionárias (FAR), Federação dos Estudantes Universitários (FEU), União da Juventude Comunista (UJC), Associação das Mulheres Cubanas (AMC) e Associação Nacional dos Agricultores Cubanos (ANAC).

    

ELEIÇÕES EM CUBA LEVAM 90% ÀS URNAS, pelo viés de Alexandre Haubrich*

*Haubrich é jornalista e editor do blogue JornalismoB e do JornalismoB Impresso, jornal independente distribuído gratuitamente nas ruas de Porto Alegre e, através de assinaturas, para todo o Brasil. Colabora com diversas publicações, entre elas a revista o Viés.

2 comentários em “ELEIÇÕES EM CUBA LEVAM 90% ÀS URNAS

  1. Crianças guardando urnas? Parece-me Exploração infantil e inculcaçãodo modelo de governo unicamente aceitável.

  2. Esse texto tem tantos absurdos que não vou nem elencar tudo. Senão vai ficar mais longo que discurso do Fidel. Fazer uma materia com base no Granma é ser ingênuo demais ou burro demais. Dai voces escolham.

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