No dia 04 de junho, ocorreu a inauguração oficial da aldeia guarani Tekoa Guaviraty Porã, em Santa Maria. Pouco mais de um mês depois do dia em que o terreno, que pertencia ao estado mas estava cedido sob regime de comodato à Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (FUNDAE), foi definitivamente ocupado pela comunidade indígena.
A inauguração da aldeia demarca uma vitória do movimento indígena em Santa Maria, que durante anos enfrentou – e, no caso dos indígenas da etnia kaingang, ainda enfrenta – condições extremamente precárias e até desumanas. Depois de mais de 30 anos resistindo em um acampamento no Arenal, à beira da BR-392, os guarani finalmente podem ver a construção de suas casas, de uma escola e a concretização de um espaço digno, com 77 hectares que garantem o contato com a natureza imprescindível à sobrevivência de sua cultura.
Mais de um ano depois da I Assembleia Popular Indígena, que foi realizada na Câmara dos Vereadores do município de Santa Maria e apresentou as demandas urgentes e estruturais das comunidades guarani e kaingang, o Estado começa a cumprir com suas atribuições no que se refere ao respeito à dignidade humana e ao direito indígena, pelo menos com a comunidade guarani santa-mariense. Isso, é claro, depois de muita pressão, da organização dos indígenas e da atuação de grupos como o Grupo de Apoio aos Indígenas (GAPIN).
O terreno ainda não é considerado definitivo pela comunidade, em decorrência da iminente expansão urbana do município, mas esta é, sem dúvida, uma vitória, mesmo que parcial e que muitas das atribuições dos órgãos públicos no novo espaço avancem com morosidade. Ainda que a luta continue, contudo, batalhas vencidas merecem ser celebradas; o ensaio fotográfico abaixo retrata um pouco do que foi este momento de celebração e qual a realidade atual da aldeia guarani Tekoa Guaviraty Porã.
Para saber mais sobre o processo de transição da comunidade guarani para o novo espaço, leia a reportagem TERRA PARA O POVO GUARANI: “A ÁGUA É PEQUENA AGORA, NÃO É MAIS RIO”.
TEKOA GUAVIRATY PORÃ, texto de Tiago Miotto e fotos de Rafael Balbueno.
rafaelbalbueno@revistaovies.com
tiagomiotto@revistaovies.com
Que rica matéria, meus queridos!
Um abraço!