“Quem não gosta de trabalhar?” Essa pergunta pode ser encarada de várias maneiras. Por um lado, uma obrigação do homem cristão com a sociedade capitalista; por outro, o preenchimento das potencialidades das pessoas em transformarem a natureza e o bruto em algo pensado, lapidado, culturalmente simbólico. Longe das fixações sociológicas, políticas e econômicas, o trabalho tem, antes, muito mais a ver com o fato de sermos humanos. Ao trabalharmos, construímos e modificamos as realidades, expressamos convicções e suplementamos nossa criatividade.
No entanto, não podemos nos esquecer de que, dum cenário ideal, resta-nos, talvez, só a ideia. O que vemos é o trabalho como imperativo do reino da necessidade. Trabalhamos com aquilo de que não gostamos porque, se não o fizermos, não vivemos, tampouco sobrevivemos. O trabalho subserviente, explorado, desgostoso é o fundamento para que sejamos, mesmo infelizes, ‘cidadãos de bem’.
Nossa homenagem, em fotos, aos trabalhadores e às trabalhadores de cujas mãos, dia após dia, podemos experenciar um mundo de sentidos além-natureza.
DAS MÃOS DE QUEM TRABALHA, pelo viés de Gianlluca Simi e Liana Coll.
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