“Iniciadas no ano passado, as obras de ampliação do Prédio 74-A já têm previsão para serem concluídas”.
“De acordo com o diretor do CCSH, Rogério Ferrer Koff, a construção dos novos prédios representa a unificação na cidade universitária de todos os cursos deste centro de ensino. – O CCSH tem um histórico de fragmentação e isolamento, que poderá ser alterado no novo espaço, explica o diretor”.
“A primeira obra em fase de conclusão corresponde ao primeiro bloco do prédio 74C. A construção do edifício foi dividida em três blocos. A previsão é de que o prédio inteiro esteja pronto em abril de 2012.”
As chamadas acima vinculadas estão disponíveis nas páginas online da UFSM e do Centro de Ciências Sociais e Humanas da mesma instituição. Nelas estão apresentados o projeto de extensão do prédio 74, e como se deu o processo de investimento nessas obras.
Frente à finalização das construções, cabe pensar em algumas questões que estão imersas nesse processo dentro da universidade: Afinal de contas, o que há por trás das obras na UFSM?
Há cerca de um ano a Universidade Federal de Santa Maria deu início a construção e ampliação de estruturas físicas, dentre elas, a extensão do Centro de Ciências Sociais e Humanas, a canalização na entrada da universidade e a ampliação do centro de convenções. Frente a isso ficam as dúvidas: A instituição tem condições de investir posteriormente nestas obras? São projetos duráveis? O que há por trás disso?
As reformas chamam a atenção e garantem, implicitamente, melhores condições de ambiente para o ensino, porém, o que preocupa é o futuro. As obras por si só não significam muita coisa, é preciso ter planejamento e investimento a longo prazo, pois de nada adianta aplicar dinheiro público em bens que não serão devidamente aproveitados. Planejar um novo edifício com novas salas, novos laboratórios, implica em preencher essas salas com alunos e instrumentos de estudos, assim como, inaugurar um centro de convenções requer que este espaço seja aproveitado por todos.
O estudante de Ciências Sociais, um dos cursos alocados no prédio 74, Caio Alexandre Picarelli, pondera: “as obras são só a casca, o que importa é o conteúdo que virá depois”.
Essa previsão pessimista provém do mau planejamento já verificado em outras situações como a construção do prédio 74, que, ainda novo, necessitou de restauração devido a rachaduras.
Também houve a aplicação de investimentos em obras um tanto desnecessárias como, por exemplo, o monumento em homenagem a Mariano da Rocha. Verificou-se, ainda, a demora no término dessas obras. Se esse mesmo atraso ocorrer para a iniciação das atividades nesses ambientes, consequentemente haverá uma longa caminhada até a implementação do mais importante: o ensino.
O funcionário da secretaria do curso de História, Jorge Pereira afirma: “o crescimento da universidade é altamente positivo, é a casa de vocês”. Portanto, se essa é nossa casa que possamos construir dentro dela e que essa, nos proporcione condições decentes de estudo e de trabalho.
Ampliações lidam com proporções. Estenderam-se prédios. Que se estendam conteúdo dentro desses também.
ALÉM DA CASCA, O CONTEÚDO, pelo viés das colaboradoras Luciele Oliveira, Mariana Fontana e Luiza Bayer.