“…Vivendo em um local sem calçamento, sem iluminação pública, sem saneamento básico, mais de cem famílias utilizam, em conjunto, essa saída curiosa para terem um pouco mais de conforto. Cada casa, sendo algumas de poucos cômodos e com menos de cinco aparelhos eletroeletrônicos, paga para os vizinhos que puxam a energia ‘lá de baixo’, das moradias que fazem parte de outro bairro e que foram separadas da ocupação pela construção de uma grande avenida.
A Prefeitura não investe e nem pode investir em melhorias no local porque ela mesma, como órgão gestor do município, entrou com uma ação de reintegração de posse do terreno. Como os moradores vivem em uma área pública do município e ninguém é dono legalmente do seu lote, mesmo que morem lá por mais de vinte anos, para as instâncias do Poder é como se aquele lugar não existisse. Não há nem mesmo Código de Endereçamento Postal, o CEP. Assim, as correspondências e o direito legal de acesso à eletricidade não chegam.” (trecho da matéria ÁREA NOBRE NÃO É LUGAR DE OCUPAÇÃO)
POR TRÁS DA GARE, pelo viés dos fotógrafos Gianlluca Simi e Liana Coll.
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