Não para o povo, a favor do povo, como dizia Plínio Marcos, um teatro para defender bandeira nenhuma.
O diretor, Felipe Martinez, admirador da dramaturgia brasileira e de Plínio Marcos, encontrou-se com o texto da peça em uma pesquisa para uma encenação dentro do curso de Artes Cênicas. Inicialmente, considerou a dificuldade para o elenco, já que os personagens marcados de Plínio Marcos não parecem se identificar com atores jovens. “Enquanto linha de dramaturgia, muito difícil, enquanto tempo de montagem, poucos ensaios”. A montagem foi feita e desenvolveu-se ao longo das apresentações, uma, inclusive, para profissionais do sexo em Santa Maria.
Em um prostíbulo, a peça não se restringe à já complexa realidade de quem vive do próprio corpo e longe da dignidade civilizada; junto aos estigmas de uma situação local, própria do naturalismo, Plínio Marcos faz referências diretas a oprimido e a opressor que compunham o quadro político brasileiro de quando foi escrita, 1969, a Ditadura Militar. A reflexão humana é sobre o que parece mesmo ser desumano.
Giro, o cafetão, o poder maior, é interpretado por Cauã Kubaski; Oswaldo, um sujeito rude e obediente, vulgo pau-mandado, por Deivid Gomes. As mulheres: Dilma, por Juliet Castaldello; Célia, por Aline Ribeiro e Leninha, por Luiza de Rossi, são a complacência, a revolta e a acomodação.
Depois da apresentação, acompanhe a crítica sobre a peça e o que foi comentado no debate!
DIA 06 DE MAIO, ÀS 20H30, NO TUI, RUA DUQUE DE CAXIAS, Nº360. R$12,00 (meia para estudantes e idosos). Espetáculo adulto.
O ABAJUR LILÁS, pelo viés de Caren Rhoden.
carenrhoden@revistaovies.com
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