: Como a chapa avalia a expansão da universidade – REUNI -, visto que problemas práticos e burocráticos vêm ocorrendo há tempos, como a falta de espaço físico e a MP 525, que proíbe a contratação de professores efetivos?
Mathias Rodrigues: A expansão das universidades federais é necessária. Nosso sonho é que, um dia, todos os estudantes, todos os alunos que saíssem do ensino médio, público ou privado, entrassem na universidade e tivessem um ensino de qualidade público, gratuito, socialmente referenciado. Isso não ocorre… não ocorre por diversos fatores tanto econômicos quanto sociais e, por isso, cada vez mais o ensino público tem que ser valorizado, expandido a nível de ensino superior. Só que essa expansão não pode ser apenas para o presidente do Brasil ir para um congresso na Suíça e falar que o número de alunos nas universidades federais aumentou em tanto por cento. A expansão tem que ser pensada para que a universidade federal pública não perca sua principal qualidade, que é a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Quando foi realizada a Reforma Universitária, que visava, basicamente, colocar alunos aos montes na universidade para que isso fosse usado como dado estatístico, depois que a Universidade Federal de Santa Maria aumentou em mais de 100% o número dos alunos, não se pensou que para aumentar o número de alunos tem que aumentar o número de professores. Não se pensou que para aumentar o número de alunos tem que aumentar a estrutura da universidade, tem que construir novos RU’s, novos prédios, tem que se pensar na mobilidade urbana da cidade, nas salas de aula, tem que pensar inclusive na questão da acomodação das pessoas na cidade.
Hoje, a UFPEL, que foi a universidade que iniciou esse processo de Reforma Universitária… em Pelotas não tem casa para as pessoas morarem. Tem gente morando no DCE, na sede do DCE, porque a cidade não estava preparada para um aumento tão grande no número de alunos na Universidade Federal de Pelotas e o mercado imobiliário, a especulação imobiliária, subiu aos montes. Hoje o “cara” tem que pagar mil reais em Pelotas para um lugar perto da universidade, para estudar. Então, o aumento, a expansão tem que existir, é necessária. O Brasil tem que ter o maior número possível de estudantes dentro das universidades públicas. Aquele “cara” que hoje não tem chance nenhuma de passar para uma universidade porque teve um ensino público no ensino médio e ensino fundamente, que é muito inferior ao ensino privado, ele tem que entrar na universidade. Só que ele não tem que entrar numa universidade que vai ser tão ruim quanto à escola que ele estudou. A universidade tem que ser pensada proporcionalmente no número de alunos, de estudantes e de professores e não como é feito hoje que só aumenta o número de alunos. Uma proposta nossa é pautar junto com os diversos DCE’s hoje do Brasil, diversos movimentos sociais, com o ANDES, Sindicato Nacional dos Docentes, com a FASUBRA, que é o Sindicato Nacional dos Servidores Técnicos e Administrativos das Universidades, um orçamento maior para a educação. Porque essa expansão nunca vai ser desejável enquanto o governo federal investir 3% em educação e 46% em juros e pagamentos da dívida. Têm que se inverter os valores. Enquanto o governo continuar investindo 3% em educação, é claro que a expansão vai ser horrível, é claro que daqui a quatro anos a universidade vai ter um bando de aluno que acabou de entrar que não vai ter professor, que não vai ter RU, que não vai ter nada porque o governo não tem dinheiro para investir. A principal questão é que a expansão tem que ser feita com dinheiro e, além do mais, a expansão tem que ser feita como um projeto de Estado, um projeto de nação, um projeto que, entre governo e saia governo de quaisquer partidos, o projeto se mantenha. A Reforma Universitária foi feita como um projeto de governo. A Reforma Universitária do governo Lula, se o Serra ganhasse ou se a própria Dilma ganhasse a eleição presidencial em 2010 e quisesse acabar com a Reforma Universitária, ela cortaria o orçamento que foi destinado às universidades e os alunos continuariam entrando, imagina. Uma expansão universitária deve ser pensada a nível de Estado, não pode ser uma coisa de um ou outro partido. E não pode ser, a expansão, uma expansão em que se coloque investimentos em quatro anos na universidade… a Reforma Universitária colocou todos investimentos nas universidades por quatro anos e, quando acabar esses quatro anos o orçamento volta a ser o mesmo, o que é uma mixaria para quem quer formar os futuros trabalhadores do Brasil. Acho que isso é o principal.
Marina Lima: Eu sou de um curso do REUNI e a reforma foi boa, trouxe cursos novos, mas nós estamos em uma situação.. perdidos na Universidade. Nós não temos professores, nós não temos estrutura e o nosso curso é totalmente desconhecido, eu faço Produção Editorial e alguns professores nem sabe o que um produtor editorial faz. Então eu acho que além de fazer essa reforma, tem que se melhorar essa reforma, ter mais estrutura, mais auxílio, cursos para os professores porque tem professores que sabem o conteúdo, mas eles não estão preparados para trabalhar com um curso totalmente novo. Eu acho que isso está acontecendo com outros cursos da Universidade porque… laboratório tem, laboratórios muito bons que vieram com a verba do REUNI, só que nós não podemos usar porque nós não temos professores por causa dessa Medida Provisória que barrou a contratação dos professores.
Diosana Frigo: É, na verdade o exemplo da Mariana é um exemplo claro. O curso de Produção Editorial surgiu na UFSM no ano passado, eles não têm um professor que… só agora tem um professor de produção editorial que chegou nesse ano. Então é complicado e o Produção Editorial teve sorte ainda, porque é um curso de dentro do da Comunicação Social, então se utiliza de alguns professores da Comunicação Social: do Jornalismo, das Relações Públicas e da Publicidade e Propaganda. Mas qual é a estrutura que o aluno vai ter? Tu vais estar numa sala de aula, tu és bixo, aí tu chegas ali e tu não tens um professor da tua área. Tu queres uma explicação ou alguma coisa e tu não vais ter uma explicação específica da tua área. Isso desmobiliza. O que adianta abrir mais vagas, muitas vagas e mais gente dentro da universidade, que bom, mas aí tu chegas e desmobiliza. Quantas pessoas já desistiram por causa disso? Tu acabas se desmotivando, se desmobilizando. Aí vem a chapa 1 e diz: “Não, nós temos que ver isso também da expansão para ter uma expansão de qualidade”, mas eu me pergunto o que eles fizeram em três anos para ter uma expansão com qualidade. Eu não vi atuação nenhuma, eu não vi nada. A Universidade está cheia de obras… no prédio 74, que foi o último a ser terminado e construído, as salas são enormes. Para que ter salas enormes no 74? Para ter 100 alunos estudando. O curso de Ciências Sociais está com uma matéria quem tem quase 100 alunos nessa matéria. Imagina um professor dando aula para quase 100 alunos. Isso é uma expansão que está tendo na Universidade e que ela não foi pensada. Eu não vi o DCE, a chapa 1 no caso, fazer muita coisa quanto a isso. Tu dizeres: “Não, a gente tem que ter uma expansão de qualidade, nós somos contra a MP 520 e a MP 525”… mas e, então, o que vai ser feito quanto a isso? Falar que tu és contra para mim é demagogia. Tu falas que é contra, mas tu não atuas.
: Muitas questões práticas da vida estudantil ainda não foram atendidas de maneira satisfatória, como por exemplo a União Universitária, as moradias estudantis, a procura dos alunos por pedidos de carência, a estrutura dos RUs, a segurança no campus à noite etc. Como a Chapa pretende se relacionar com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) para melhorar esses pontos?
Mathias Rodrigues: O relacionamento com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis tem que ser diplomático. São duas entidades que têm interesses às vezes opostos e que vão discutir e tentar chegar a uma solução. O que não pode acontecer é, ou o “cara” ser completamente contra a PRAE e não querer nem fazer uma reunião com o pró-reitor para discutir os problemas mais concretos dos moradores da Universidade, dos moradores da Casa do Estudante, das pessoas com carência da Universidade, e também não pode simplesmente aceitar tudo o que a pró-reitoria diz e acabar não fazendo nada. O que a nossa chapa propõe, a nossa gestão se propõe caso for eleita, é de por meio de assembleias, reuniões, plenárias e tudo mais, conversar com todos os alunos da Universidade que queiram conversar, chamar o máximo de alunos possíveis para conversar, ver quais são as reivindicações deles e se portar à PRAE mostrando essas reivindicações. Caso a PRAE seja contrária a essas reivindicações, o DCE tem que ser contra a PRAE. O DCE tem que tomar atitudes muitas vezes radicais para defender os interesses das pessoas que ele representa, que são os estudantes da UFSM. O DCE não pode achar que porque é um órgão da Universidade, porque é uma pró-reitoria, que a gente não pode ser contra. Muito pelo contrário, a gente vai ser a favor quando eles forem a favor das mesmas reivindicações que nós. Mas nós vamos ser contrários e às vezes radicais contra a PRAE no momento em que a PRAE toma uma decisão que prejudica o conjunto de alunos da UFSM. Então a nossa chapa de propõe a sentar, a participar das reuniões da direção da Casa, a participar das reuniões do Conselho de Moradores, ver o que o DCE pode fazer, levar isso à PRAE, levar isso ao Reitor, levar isso ao PROINFRA, a todos os órgãos cabíveis da Universidade para tentar chegar a algum resultado e, se não chegar, defender os estudantes da maneira que mais é possível, que é protestando, fazendo pressão política nas pro-reitorias pra que elas tomem atitudes que favoreçam aos estudantes e não favoreçam aos interesses políticos e econômicos da Reitoria ou de alguns grupos políticos que compõem a administração da Universidade.
: Como a chapa avalia a aproximação e o diálogo entre os campi de Santa Maria, Silveira Martins, Palmeiras das Missões e Frederico Westphalen? Há como tornar o DCE, com a sede central em Santa Maria, um DCE atuante e que represente todos os alunos da UFSM nos quatro campi atuais?
Diosana Frigo: Essa foi uma das questões que foram discutidas enq uanto a gente estava montando a nossa chapa e trazendo as propostas… foi bem discutida essa questão. Qual seria a legitimidade de tu teres um DCE com a sede aqui e que represente também os alunos de Frederico e dos outros campi da UFSM? Uma das propostas que a gente tem é debater sobre esse assunto exatamente por isso: porque não nos adianta nada… para nós não, mas para os outros campi… ter a sede aqui, onde tudo fica centralizado aqui, e eles não têm o respaldo de algumas coisas que acontecem. Então isso eu acho que é uma questão que vale a pena ser debatida. Se nós formos eleitos, no caso, nós vamos debater isso com os alunos da UFSM, do campus que tem aqui, e dos outros campi. Porque eu não vejo, e isso é uma opinião minha e da chapa também, que seja muito proveitoso de repente, tu teres esse núcleo aqui e não ter um DCE que seja mais atuante nos outros lugares.
Mathias Rodrigues: Tem que pensar no papel que o CESNORS cumpre hoje para o DCE. Nós sabemos que a eleição para o Diretório Central dos Estudantes é decidida nos votos dos campi de Frederico Westphalen e de Palmeira das Missões. Aqui é sempre muito parelho e lá vota muita gente, até porque eles têm essa questão do novo de poder votar na eleição do DCE. Só desde 2009, eles só votaram em uma eleição do DCE e querem se inserir nesse processo. Qual é o papel que os estudantes do CESNORS têm para a chapa 1 hoje? Será que a chapa 1 pensa realmente em atuar enquanto um DCE unificado ou pensa só em angariar os votos no CESNORS para se eleger e depois “tocar” mais a gestão em Santa Maria? Porque as outras duas chapas… a nossa chapa é composta por membros do campus de Santa Maria. Isso é um problema nosso, mas é um problema que nós não temos como superá-lo atualmente porque nós primeiro não temos a máquina, o aparelho do DCE para ir até Frederico Westphalen e até Palmeira das Missões, nós não temos dinheiro de ninguém, de nenhum partido, de nenhuma empresa para montar uma chapa lá, nós não temos contatos lá porque nós somos um grupo muito pequeno que está surgindo em Santa Maria agora.
Qual o papel que o CESNORS tem para o DCE? Será que é um papel apenas eleitoral de colocar um “cara” na coordenação eleitoral de Frederico, um “cara” na coordenação geral de Palmeira das Missões, ganhar a eleição com muitos votos no CESNORS e depois não fazer nada? E depois uma vez ou duas vezes por ano aparecer lá? Será que isso é útil para os estudantes do CESNORS ou será que é mais interessante para os estudantes do CESNORS que se debatesse a possibilidade de mudar o Estatuto do DCE num congresso estudantil que tem que haver agora no meio do ano na UFSM, incluindo todos os campi, e se pensar numa entidade representativa dos estudantes do CESNORS? Será que o DCE tendo sede em Santa Maria e tende grande parte do seus membros em Santa Maria consegue representar de verdade e consegue lutar pelas causas dos estudantes do CESNORS ou será que eles são só o rincão eleitoral onde se decide a eleição? É muito difícil para nós enquanto chapa que só tem integrantes de Santa Maria falar isso, mas nós vamos a Frederico Westphalen e a Palmeira das Missões e a Silveira Martins, que é uma situação diferente por ser um campus muito pequeno e muito próximo a Santa Maria, nós vamos lá promover esse debate. A nossa principal intenção no CESNORS é promover o debate de o que o DCE representa para o CESNORS e de o que o CESNORS representa para o DCE e se não seria mais interessante eles terem uma entidade muito mais forte do CESNORS, que represente os alunos do CESNORS, e que tenha integração tanto com o DCE da UFSM quanto com os DCE’s do Rio Grande do Sul para debater e “tocar” a luta dos estudantes daqueles locais.
Uma das nossas propostas de chapa, além dessa questão do debate do que é o DCE para o CESNORS e do que é o CESNORS para o DCE, é tentar criar um conselho, uma entidade, um seminário, um fórum ou alguma coisa parecida, de DCE’s do estado porque querendo ou não existe uma vez por ano um congresso de entidade gerais da UNE que vai todos os DCE’s do Brasil que podem ir lá para São Paulo e debatem as políticas gerais. Só que será que não faz falta uma integração entre os DCE’s do estado que sentem muito mais tanto as políticas do governo federal quanto as políticas do governo estadual do que outros DCE’s como o DCE do Amapá, de Goiás, de Brasília. Então essa integração de DCE’s é muito importante e o CESNORS entra aí. Será que o CESNORS seria representado realmente numa reunião entre DCE’s do estado, sendo representado pelo DCE de Santa Maria? Ou será que seria melhor para o CESNORS e para suas pautas especificas, que são muitas, ter uma entidade à parte? Nós não podemos falar: “nós queremos um DCE do CESNORS agora”. Quem tem que decidir isso são os estudante do CESNORS. A nossa chapa apenas propõe o debate e vai levar esse debate a Frederico Westphalen e a Palmeira das Missões pela autodeterminação dos estudantes do CESNORS para decidir quanto a sua entidade representativa.
: Por que o empenho em criar uma chapa para concorrer? O que vocês trazem de diferente?
Felipe Smiderle “Vaca”: Eu acho que o nosso empenho em colocar uma chapa para o DCE hoje é por notar as outras duas chapas e ver que eles não têm uma alternativa. Elas não procuram levar aos universitários e a Universidade a um patamar melhor, elas só visam levar esses estudantes e essa Universidade ou a ficar na mesmice ou a um patamar pior. A nossa motivação como chapa é ser a alternativa, é virar a alternativa dentro da Universidade, fazer uma universidade para os estudantes.
Mathias Rodrigues: É importantíssimo que haja uma terceira chapa e uma terceira via para essas eleições do DCE, que é a representada pela chapa 3, Amanhã vai ser outro dia, porque se houvesse apenas as duas chapas, chapa 1 e chapa 2, concorrendo, primeiro o debate ia ficar muito raso… ia ser “ah eu sou a favor do aumento da passagem e você é contra”, “ah, não sei o quê… eu sou direita e você é esquerda”, “vocês são PMDB e nós somos PT”. A nossa chapa se propõe, apesar de saber das enormes dificuldades que é se colocar enquanto uma chapa que vai concorrer ao Diretório Central dos Estudantes, se propõe a trazer à tona um debate diferente para a Universidade Federal de Santa Maria, uma ideia de Universidade diferente das outras duas chapas. Nós queremos discutir os problemas reais da Universidade, nós queremos discutir a Reforma Universitária, nós queremos discutir a falta de professor, nós queremos discutir a expansão da Universidade e como o DCE deve se portar para tentar melhorá-la, para tentar resolver os problemas dos estudantes e não só ficar em uma briguinha entre duas posições antagônicas que no final não vão debater nada, não vão levar o estudante a uma consciência de que o DCE tem um papel importantíssimo na vida do estudante de Santa Maria, que o DCE tem que lutar pela melhoria da Casa do Estudante, tem que lutar por um outro RU, tem que lutar por mais democracia dentro dos Conselhos da Universidade e tem que lutar sem ter o “rabo preso”. Acho que esse é o principal. Nós vamos levar um debate diferente, nós vamos levar uma campanha diferente às ruas de Santa Maria, de Frederico Westphalen, de Palmeira das Missões e de Silveira Martins. Nós vamos mostrar que existe uma alternativa de DCE que é pensada pelos alunos e para os alunos independente de interesses partidários e independente de qualquer coisa.
O principal é levar aos alunos a discussão de como está a UFSM hoje e de como melhorá-la. E isso não tratando a UFSM como um feudo, não tratando a UFSM como se ela fosse… como se tivesse um reitor nazista que decidisse as coisas por conta própria e que acaba gerando problemas na Universidade. Levando que os problemas da Universidade são gerados não só pelo Reitor da UFSM, que também é culpado nisso, não só pelo governo federal, não só pelo sistema econômico, mas pelo conjunto disso tudo. É discutir os problemas da Universidade sabendo que o governo federal prefere investir 46% do orçamento em juros da dívida e pagamento da dívida e 3% em educação e que daí fica difícil para o Reitor não aceitar as medidas que dão um pouquinho mais de dinheiro, mas que também o DCE tem um papel importantíssimo em cobrar do Reitor que ele, sim, se posicione contrário a isso e que enquanto mais reitores se posicionarem contrários a isso no Brasil, mais difícil fica para o governo manter essa política econômica e assim por diante. É trazer esse debate da universidade como um todo, da educação como um todo e defender, no final de tudo, uma UFSM pública, gratuita e socialmente referenciada, nas quais os projetos de pesquisa e extensão sejam voltados à comunidade que paga os impostos, que sustenta a Universidade e que não tem como acessá-la por problemas econômicos, sociais e tudo mais, e que a Universidade não sirva a interesses de partidos políticos, não sirva a interesses de empresas que hoje investem na UFSM por meio da Lei de Inovação Tecnológica, que investe na UFSM por meio das fundações… dizer que o conhecimento da Universidade tem que ser voltado à população. Por que a Universidade não vai pesquisar um jeito de melhorar o transporte público em Santa Maria? Por que a parte dos laticínios lá do CCR ao invés de pesquisar um leite que melhore a vida da população carente, que tenha mais nutrientes e que ajude uma pessoa que tem pouco dinheiro e que não tem como se alimentar direito a ser mais forte fisicamente, por que eles pesquisam requeijão light para uma empresa privada? Eles pesquisam requeijão light para uma empresa privada dentro da UFSM. Isso só nós queremos colocar: a UFSM tem que ser para a comunidade, tem que ser para Santa Maria e, principalmente, tem que ser para a comunidade que paga a nossa manutenção, paga a manutenção dos cursos dos alunos da UFSM e que não consegue entrar porque teve um ensino muito pior. A UFSM tem que ser pública, gratuita, socialmente referenciada. E faz parte desse processo o DCE se postular enquanto alternativo e crítico quanto a esse modelo que está e buscar soluções para que a Universidade melhore e fique do jeito que a gente quer.
Confira o áudio da entrevista:
ELEIÇÕES DCE UFSM: CHAPA 3 – AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA, pelo viés de Bibiano Girard, Felipe Severo e Liana Coll
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