Sete executivos disputam uma vaga em uma grande empresa. Ao chegarem para a entrevista não há ninguém, além de uma secretária e seus concorrentes. Como em muitas empresas, “dinâmicas” entre os candidatos selecionará um deles. Mas o “método” dessas “dinâmicas” será alternativo, conhecido como “Método Grönholm”.
A 1ª das tarefas já será curiosa: escolher, entre os participantes ali presentes quem é o “espião” da empresa contratante. Subsequentemente as tarefas farão os concorrentes gritarem, chorarem e se descabelarem uns com os outros até, ou além, o limite da chamada “ética profissional”.
“O que você faria?” (El metodo, 2005) é um misto de drama e humor irônico. A direção é do argentino Marcelo Piñeyro (Plata Quemada, Kamchatka) baseado na peça “El Metodo Grönholm” do catalão Jordi Galcerán.
Toda a trama se passa em poucos ambientes, uma sala de reuniões, corredores, banheiros, nada mais que isso. São também poucos atores, nem uma dúzia deles. E esses são, com certeza, pontos fortes, manter a tensão durante quase duas horas com pouca “ação” de fato.
Em alguns momentos é o clássico de Sidney Lumet, “12 homens e uma sentença”, que vem a cabeça, pois muito daquilo que se faz naquela sala é julgamento: julgar quem é um “espião”, quem não merece o emprego, quem tem os melhores argumentos.
O desfecho pode deixar a desejar ou deixar boquiaberto, mas o que vale em “O que você faria?” não deve ser medido por isso, mas pela tensão que cria durante toda sua extensão.
O MÉTODO, pelo viés de João Victor Moura
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