Dirigido por Miguel Faria Jr., Vinicius é um documentário sobre vida e obra do poeta e compositor Vinicius de Moraes. A ideia da montagem do filme partiu da recriação de um ambiente semelhante àqueles onde Vinicius fazia suas apresentações. Um pequeno palco num bar. Encima dele, Camila Morgado e Ricardo Blat são protagonistas de um show. Nele, declamações de poesias de Vinicius e narrações acerca da vida do poeta. Intercalado às imagens do “pocket-show”, depoimentos de algumas das filhas e de pessoas próximas ao artista, como Tônia Carreiro, Chico Buarque, Ferreira Gullar, Caetano Veloso, Edu Lobo, Toquinho, Gilberto Gil e por aí vai. Algumas filmagens de arquivo dão o toque real ao documentário. Nelas, cenas de Vinicius conversando com amigos (em uma delas ele tenta, em meio a palavrões, entender o porquê das mulheres o odiarem depois da separação – Vinicius casou-se nove vezes ao longo da vida). Sempre levou em conta o verso que ele mesmo criou: Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure. Vivia com intensidade e se entregava a tudo o que fazia.
Todos esses elementos unem-se para traçar a história de Vinicius de Moraes – do seu nascimento no mundo da poesia, com um estilo completamente erudito, até a aproximação com a música popular e a criação de um estilo que mesclava ambos os pólos: a bossa nova. O filme ainda traz as contradições do trabalho do poeta como diplomata, que corria paralelamente à vida boemia regada a uísque. O golpe militar, nesse sentido, foi o fim da carreira diplomática, já que o círculo de Vinicius – e ele próprio- desaprovava um regime naqueles moldes autoritários e desumanos.
Vinicius, o filme, é um apanhado sobre a pessoa que era Vinicius de Moraes, e isso envolve sua personalidade, seus amores, suas poesias e suas composições. Na montagem do show conduzido por Camila Morgado e Ricardo Blat, ainda passam intérpretes como Adriana Calcanhotto, Carlos Lyra, Mart’Nália e Yamandú Costa.
O documentário conduz a risadas e às lágrimas, e tendo Vinicius como centro, não poderia ser diferente.
Trailer do filme:
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O filme é bom, mas não gostei da Camila Morgado interpretando as poesias. Simplesmente péssimo…forçado demais. Ela tenta interpretar demais o texto; achei artificial. Tirando ela, o filme é muito bom e a trilha, que inclusive tenho em CD, é maravilhosa!