A praia Punta del Diablo, no Uruguai, tem, aproximadamente, 650 moradores fixos. São, em grande parte, pescadores e artesãos. Dentre a população que vai e volta, há aqueles que trabalham nas obras, impulsionadas pela grande expansão imobiliária na pacata cidadezinha. No verão, o grande fluxo de turistas eleva os índices de população, que gira em torno das 18 mil pessoas. As ruas se enchem, os bares lotam, a música e o clima de festa e de comércio preenchem e movimentam as poucas ruas do local.
No entanto, em baixa temporada, vemos uma Punta del Diablo vazia. Os nativos ficam mais em casa, encolhidos pelo frio. Os pescadores saem cedo em busca do alimento e do produto de sustento. A maioria dos restaurantes não abrem, as pousadas encontram-se vazias – e nem os donos costumam aparecer por lá no auge do frio julhino. Nas ruas vagam poucos indíviduos, que saem apenas para fazer as comprar alimentícias. No mais, cachorros, alguns poucos carros e os ares de um local privilegiado pela natureza, mas ameaçado pelas crescentes construções beira-mar, as quais contrastam com a humildade da pequena vila dos pescadores.
PUNTA DEL DIABLO: uma praia no inverno, pelo viés de Liana Coll
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