Jorge Furtado é cineasta porto-alegrense. Foi roteirista de “O coronel e o lobisomem”, “Lisbela e o prisioneiro”, “Benjamin” entre outros. Como diretor e roteirista trabalhou em grandes obras lembradas pelo público como “Decamerão, a comédia do sexo”, “Luna Caliente”, “Houve uma vez dois verões”, “Meu tio matou um cara”, “O homem que copiava” e aquele que, para a crítica nacional, é o seu ápice: “Saneamento básico, o filme”, além do renomado curta-metragem “Ilha das Flores”.
Para presentear esta revista, Jorge Furtado enviou sua primeira tradução de um soneto do poeta romântico inglês John Keats. A seguir, o poema e sua tradução que também podem ser encontrados no blog de Jorge Furtado.
On Fame
Fame, like a wayward girl, will still be coy
To those who woo her with too slavish knees
But makes surrender to some thoughtless boy
And dotes the more upon a heart at ease.
She is a Gipsey, will not speak to those
Who have not learnt to be content without her
A Jilt, whose ear was never whisper’d close,
Who thinks they scandal her who talk about her
A very Gipsey is she, Nilus-born,
Sister-in-law to jealous Potiphar,
Ye love-sick Bards! repay her scorn for scorn;
Ye Artists lovelorn! madmen that ye are!
Make your best bow to her and bid adieu,
Then, if she likes it, she will follow you.
X
Sobre a Fama
Fama, moça mimada, sempre diz não
A quem por seu amor rasteja
E se arreganha para o mais moscão
Que não ligou, não a quer, nem a corteja
É uma cigana, nunca vista junto
A quem não fica em pé sem seu suporte
Traíra, é incapaz de dar assunto
A quem supõe que por alguém se importe
Das meretrizes, a mais vagaba
Prima irmã da cobra peçonhenta
Poetas: o desdém é a melhor paga!
Doido é o esteta que só Fama intenta.
Diga a Fama: “Adeus, tenho que ir”.
Se ela gostar de você, vai lhe seguir.
UM PRESENTE NÃO FURTADO, MAS DE FURTADO, pelo nosso viés
ocorreio@revistaovies.com